Artista: Makoto Fukuzawa
Curadoria: João Machado
Abertura: 12/11/2022 às 15h
Período: 12/11 até 10/01
Testemunha do Fogo
Makoto Fukuzawa nasceu na cidade de Registro no interior de São Paulo em 1975. Filho de agricultores japoneses, teve seu primeiro contato com um forno a lenha na infância ajudando seu avô com o aquecimento do ofurô (tradicional banho japonês). Cursou desenho industrial no Mackenzie e durante uma aula ministrada pela professora e artista Eliana Zaroni, conheceu a modelagem em cerâmica e foi impactado pelo processo.  
No inicio da vida adulta e buscando entender suas raízes, fez o caminho inverso a sua família e imigrou para o Japão, onde viveu 14 anos.  No início, trabalhou como "dekassegui", termo japonês que designa uma pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar, temporariamente, em outra região. Makoto viajou e conheceu grande parte do continente buscando entender aquele pais que lhe era estranho e ao mesmo tempo familiar, repleto de sutilezas e contradições. Através dos anos, manteve seu foco principal que era conhecer a cerâmica japonesa com toda sua historia e tradição. Suas maiores influencias foram a cerâmica da região de Shigaraki com sua argila bruta e falta do uso de esmaltes e a cerâmica pré-histórica Jomon do período neolítico.  
De volta ao Brasil em 2016, Makoto se dedica totalmente à cerâmica num trabalho experimental que faz uso de queimas arcaicas e a busca por argilas brutas (sem o refinamento industrial). Para sua primeira exposição individual, Makoto apresenta uma instalação composta pela desconstrução do seu forno a lenha, onde vem fazendo suas experimentações a cinco anos.  A cada queima, as paredes são revestidas de novas camadas de cinzas vitrificadas pelo calor da alta temperatura (1350 graus).  Makoto apresenta o forno como testemunha do fogo, como símbolo de transmutação. O avesso do forno é o processo como obra.  Neste sentido, essa instalação se apresenta como duplamente original. Original como ponto de partida, como primitivo e também original daquilo que é novo, vivo e em constante mutação.
Joao Machado.  
Novembro 2022.
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